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sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

100 anos de LUIZ GONZAGA

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Há 100 anos um nordestino, mais precisamente um pernambucano, nascia para marcar a cultura regional, principalmente quando se fala de música. Conhecido como o Rei do Baião, Luiz Gonzaga influencia, até hoje, vários cantores cearenses, como Waldonys.
“Ele costumava dizer que tinha uma banda pernambucana e outra cearense, ele ia sempre para o Crato comprar coisas mais elaboradas, como a sanfona”, conta o poeta e pesquisador Arievaldo Viana.
Ainda adolescente, Gonzaga comprou a primeira sanfona e iniciou a carreira musical. Compôs músicas, se apresentou para diversos público, fez uma história. “Desde pequeno ele sabia o que queria”, afirma. Semianalfabeto, Luiz se associou a grandes letristas, como o cearense advogadoHumberto Teixeira e o pernambucano estudante de Medicina José Dantas.
Luiz teve a missão de levar para todo o Brasil a realidade de sua terra intrínseca às melodias. O xote e o xaxado, a partir daí, se popularizado. Inventor de harmonias, o músico também foi admirado por artistas como Dorival Caymmi, Gilberto Gil, Raul Seixas e Caetano Veloso.
“A música de Luiz Gonzaga inunda meus ouvidos desde que me entendo por gente, forte, autêntica, telúrica, atemporal! As primeiras músicas que me peguei cantarolando quando menino foram ‘Siri jogando bola’, ‘Forró de Mané Vito’ e ‘A letra I’. No meu entender de menino, aquilo já existia desde o começo das eras, estava no meu sangue e no DNA do povo nordestino”, diz Arievaldo.
O nome para o Ceará
A jornalista, que faz parte do Núcleo de Documentário da TV Assembleia, Ana Célia de Oliveira, ressaltou aimportância do músico para o Ceará, mesmo sendo pernambucano. “No Cariri, animou festas e deixou admiradores. Se influenciou pelas bandas de pífanos, pelas cantorias de cegos nas feiras e pelas rezadeiras que cantavam os benditos nas igrejas do Exu e da região do Cariri. Seu pai, Januário, também fez muitas amizades no Ceará, amizades essas que Luiz Gonzaga valorizou ao longo da vida. Além disso, era devoto do fundador de Juazeiro do Norte, padre Cícero Romão Batista”, relembra.
De acordo com a jornalista, Luiz Gonzaga fez o Brasil conhecer a cultura nordestina, por meio do ritmo Baião, considerado um verdadeiro manifesto, um gênero de música que carregava em si a alma nordestina e todas as influências da região desde o século 19.
“Luiz Gonzaga cantou e decantou o sertão: o sertão da seca, do amor e da fartura. Suas músicas contam as histórias do Nordeste e revivem acontecimentos que fazem parte de nossa cultura”, declara a professora doutora em Sociologia Sulamita Vieira.
Livro temático
O amor pela vida de Luiz Gonzaga foi tão grande que Arievaldo produziu um livro. O lançamento acontece no dia 19 de dezembro, no Centro Dragão do Mar.

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